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1ª escola afro-brasileira é inaugurada no RJ com Leandra Leal como sócia

A escola afro-brasileira Maria Felipa, registrada pelo MEC (Ministério da Educação) como a primeira instituição educacional infantil deste modelo, vai inaugurar uma unidade no Rio de Janeiro, no bairro Vila Isabel.  

Com educação trilíngue (português, inglês e libras), a escola terá capacidade para mais de 300 estudantes até os anos iniciais do ensino fundamental. O colégio, segundo o site oficial, traz uma metodologia afro-referenciada e decolonial. 

Por meio das redes sociais, a escola também anunciou um mutirão de matrículas no sábado (19) — que já conta com 600 pré-inscritos para o ano letivo de 2025.  

A escola ainda afirma que todas as crianças podem ser matriculadas. “Não é uma escola apenas para crianças negras, pois compreendemos que crianças negras e não negras precisam conhecer a nossa constituição histórica a partir de diferentes narrativas.”

Como surgiu a escola afro-brasileira

A instituição foi criada em 2018 anos no bairro do Garcia, em Salvador (BA). Bárbara Carine, escritora, pós-doutora em educação e consultora pedagógica, foi quem colocou o projeto de pé, enquanto passava pelo processo de adoção de sua filha, uma criança negra. 

“Se trata de uma escola destinada ao ensino dos conhecimentos clássicos tidos como hegemônicos e, ao mesmo tempo, de resgate e valorização dos conhecimentos de nossos e nossas ancestrais”, apontou.  

Maju Passos, empresária e dançarina, também é uma das sócias desde 2020. E em 2023, a atriz e empresária Leandra Leal passou a ser a terceira sócia da escola afro-brasileira Maria Felipa.  

“Tudo isso por acreditar na necessidade de uma educação afro referenciada e contra-colonial para a sua filha Júlia e para todas as crianças do nosso país. Três mulheres unidas pelo sonho de uma educação emancipatória”, escreveu a escola em publicação no Instagram, anunciando as sócias.  

Quem foi Maria Felipe 

Maria Felipa, que dá nome à escola, foi uma heroína da independência do Brasil na Bahia.  

Nascida na Ilha de Itaparica, Maria Felipe foi descendente de africanos escravizados do Sudão, marisqueira, pescadora e trabalhadora braçal, que liderou um grupo de 200 pessoas, entre mulheres negras e indígenas, nas batalhas contra os portugueses — a partir de 1822.  

Somente o grupo de Maria Felipa foi o responsável por ter queimado 40 embarcações portuguesas que estavam próximas à Ilha de Itaparica.   

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