A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou e deixou o país nesta segunda-feira (5).
O chefe do Exército, general Waker-Us-Zaman, confirmou em um discurso na televisão que Hasina, de 76 anos, havia deixado o país e que um governo interino seria formado.
A decisão ocorre em meio aos piores episódios em violência em manifestações desde o nascimento da nação do sul da Ásia, há mais de cinco décadas.
Bangladesh foi tomado por protestos e violência que começaram no mês passado, depois que grupos de estudantes exigiram o fim de um controverso sistema de cotas em cargos públicos. Isso se transformou em uma campanha para buscar a destituição de Hasina, que conquistou o quarto mandato consecutivo em janeiro, em uma eleição boicotada pela oposição.
Os eleitores mantiveram-se, em grande parte, afastados das eleições de 7 de Janeiro, que foram marcadas pela violência. A participação foi de cerca de 40% quando as urnas fecharam, disse a Comissão Eleitoral, em comparação com mais de 80% nas últimas eleições em 2018.
O principal partido da oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), que participou na votação de 2018, mas manteve-se afastado em 2014, boicotou as urnas depois de Hasina ter recusado as suas exigências para que renunciasse e permitisse que uma autoridade neutra conduzisse as eleições gerais.
Hasina é filha do xeque Mujibur Rahman, o fundador de Bangladesh, que foi morto em um golpe militar em 1975, juntamente com a maioria dos membros da família.
A mulher de 76 anos tornou-se primeira-ministra em 1996 e exerceu um mandato até 2001. Foi reeleita para o cargo em 2009, cumprindo cinco mandatos no total.
Nos últimos 15 anos, Hasina foi creditada por ter revertido a economia do Bangladesh e a enorme indústria do vestuário, ao mesmo tempo que ganhou elogios internacionais por abrigar muçulmanos Rohingya que fugiam da perseguição no vizinho Mianmar.
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