Os corpos das vítimas do acidente com o voo 2283 da Voepass, ocorrido na última sexta-feira (9), devem começar a ser enterrados nesta semana.
A queda de um ATR 72-500 da companhia, de prefixo PS-VPB, decolou de Cascavel (PR) e iria para o aeroporto de Guarulhos, mas caiu em Vinhedo (SP) após cerca de uma hora e meia de voo. Todas as 62 pessoas a bordo morreram, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.
Todos os corpos das vítimas já foram retirados do local do acidente pelos agentes do Corpo de Bombeiros de São Paulo. Eles foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) central, na capital paulista, onde aguardam identificação.
Não há prazo para que todos os cadáveres sejam identificados. A Polícia Científica paulista pediu aos familiares que recolham material genético e enviem exames e histórico médico das vítimas para auxiliar no processo de identificação.
O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, anunciou que irá disponibilizar o centro de eventos da cidade para a realização de um velório coletivo. O espaço deverá começar a ser preparado já nesta segunda-feira (12).
A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que irá fazer o traslado dos corpos de São Paulo para Cascavel.
Análise das caixas-pretas
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou no domingo (11) que conseguiu recuperar todas as informações contidas nas caixas-pretas do avião acidentado.
O avião que caiu em Vinhedo tinha duas caixas-pretas: o gravador de voz do cockpit (CVR), que captura as últimas horas de conversas entre a tripulação e sons internos da aeronave; e o gravador de dados de voo (FDR), que captura informações técnicas sobre o trajeto adotado pelo avião até a queda.
A análise das caixas-pretas é um passo fundamental da investigação, que ajudará a entender o que provocou o acidente. Outros fatores também são importantes para a apuração do caso, como a posição dos destroços e a observação dos vídeos gravados por vizinhos que mostram o momento em que o avião cai em parafuso.
Veja imagens da caixa-preta do do PS-VPB:
A Agência de Investigação e Análise para Segurança da Aviação Civil (da sigla BEA, em francês) –órgão equivalente ao Cenipa no Brasil– enviou um grupo de profissionais para atuar na apuração do acidente em Vinhedo.
Os franceses foram acionados pelo fato de a ATR –fabricante do modelo acidentado– ser francesa. Também foram chamados ao Brasil técnicos canadenses da empresa fabricante dos motores da aeronave.