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Um novo SUV da Fiat vem aí: seria o Giga Panda ou o ‘Unão’?

Texto Mirco Magni
Tradução e Edição Flávio Silveira
Projeções Marcelo Poblete

Não posso dizer onde foi, nem como ou quando, mas eu vi um carro que não deveria ter visto: um SUV médio da Fiat, pronto para a produção. É um carro que, muito provavelmente, ninguém fora do grupo Stellantis já havia visto. E que me deixou incrédulo com seu design… inusitado (diferente do que imaginávamos), porém familiar. Moderno, apesar de quadradão, e, ao mesmo tempo, simples, funcional, cheio de referências ao passado de certa forma próximo, mas também um tanto remoto.

Acreditem, passei dias investigando para entender o que era. E cheguei a conclusões precisas – que, em uma noite de domingo, na véspera do Salão de Genebra, foram confirmadas. Não por um garganta profunda ou por alguém pronto a revelar segredos, mas por ninguém menos que Olivier François, o CEO da marca.

Que, sem aviso, apareceu em uma coletiva, por vídeo, para dar a bombástica notícia: a chegada de cinco novos modelos, antecipados por conceitos, todos com o mesmo estilo quadrado e detalhes que me deram a certeza do que era aquele SUV – as projeções dessas páginas foram criadas com base no “slide mental” que fiz quando o vi ao vivo.

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Trata-se de um SUV médio (segmento C):

• a olho nu, se eu tivesse que chutar seu comprimento, diria que tem cerca de 4,80 metros, mais ou menos o mesmo tamanho do antigo Tipo SW (que imediatamente me veio à mente ao ver a grade com os frisos horizontais).

• Um carro que, como anunciado pela própria Fiat, vai virar SUV e dividir parte de seu DNA com o novo Fastback, modelo vendido no Brasil e que (ainda) não chegou à Europa.

O carro que eu vi, porém, não tinha a traseira de cupê como a do modelo brasileiro: era pura racionalidade, para oferecer muito espaço a bordo – como no SUV conceitual que a Fiat anunciou para os próximos anos, batizando-o de Giga Panda [o Uno brasileiro e o Panda eram muito similares]: formas monolíticas, ou quase, dimensões moderadas e volumes pensados para garantir ótima habitabilidade interna, um conceito que vem do antigo Multipla – um carro barato e com interior modular, para sete pessoas (como o primo C3 Aircross e o Chevrolet Spin).

Tais características podem ser atribuídas, também, ao SUV que ilustramos aqui: é a volta do Multipla? Não temos certeza, mas as peças do quebra-cabeça se encaixam.
• Com design racional, volume interno notável e plataforma Smart Car, variação da E-CMP, base do novo Citroën C3 [já instalada em Porto Real (RJ), e que vai para Betim (MG) também] e de todos os futuros modelos da Fiat.
• Multienergética, ela permitirá produzir a nova família em todo o mundo, com o sistema de propulsão que for mais adequado a cada região: elétrico, híbrido ou gasolina não eletrificada [e as variações flex].
• É a marca-irmã francesa – com o C3 Aircross, que estará intimamente ligado ao SUV de sete lugares da Fiat – que nos diz o que deve haver sob o capô do SUV italiano: o motor 1.2 turbo a gasolina com 100 cv [no Brasil, trocado pelo 1.0 Firefly turbo] ou um elétrico com 113, com bateria de fosfato de ferro-lítio de 44 kWh.

Seria O “Unão”?

Os mesmos powertrain e plataforma serão usados pelo irmão menor, o Grande Panda, a reencarnação do compacto mais querido dos italianos [e dos brasileiros, na forma de Uno]. A novidade foi apresentada pouco antes do fechamento desta edição, no começo de junho.

Um pouco maior que o Panda/Uno original, tem 3,99 metros de comprimento, mas, como mostra a primeira imagem revelada, no alto desta página, não deixa de retomar os traços típicos dos modelos originais dos anos 80 (mas sem ir muito além disso na nostalgia).

Dianteira “reta”, traseira inclinada e linhas quadradas, simples porém racionais. As funções moldam as formas, fora e dentro do carro – onde deve reviver a “banheira” do painel original do hatch.

Como o nome Panda nunca foi utilizado no Brasil, por aqui deve se chamar Uno, Novo Uno ou Grande Uno. Assim como o irmão maior, será feito em Betim (MG).

Janela traseira inclinada

“Unão”: faróis retangulares e formas que acompanham a função são detalhes que o ligam ao Panda/Uno dos anos 1980, do qual a nova geração assumirá o layout da grade (antigamente, o logotipo da Fiat ficava no lado direito na versão básica e à esquerda na mais potente e equipada) (Crédito:Divulgação )

Grande Panda resgata detalhes do passado, como o visual quadrado e a janela traseira inclinada. Algumas peças, nas áreas mais baixas da carroceria, são de plástico “bruto”, como eram na primeira geração, para oferecer uma carroceria ainda mais resistente a amassados e arranhões, além de conter os custos de manutenção. O comprimento é de 3,99 metros.

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