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Noivo confessa que usou cinto de segurança para asfixiar e matar delegada na Bahia

O homem identificado como Tancredo Neves, 26 anos, confessou que matou a delegada Patrícia Aires, 39, neste fim de semana no interior da Bahia.

Após passar por audiência de custódia na segunda-feira (12), ele disse que usou o cinto de segurança do carro para se defender de supostas agressões durante uma discussão com a companheira. Ele a teria asfixiado durante cerca de 40 segundos.

Inicialmente Tancredo Neves contou para polícia que o casal teria sofrido um sequestro, mas, posteriormente, admitiu que inventou essa história. A prisão em flagrante do suspeito foi convertida em preventiva.

As informações e a cronologia do crime foram detalhadas durante entrevista coletiva ocorrida nesta terça-feira (13), na Secretaria de Segurança Pública da Bahia, em Salvador. Todos os delegados que integram a investigação desse feminicídio participaram do encontro com a imprensa.

Patrícia foi encontrada sem vida no domingo (11), dentro do próprio carro, em uma área de mata na região metropolitana de Salvador. Os dois teriam saído de Santo Antônio de Jesus, onde a vítima morava, com destino à capital baiana.

Segundo o suspeito, os dois saíram para jantar e a delegada teria ficado alcoolizada. Ele disse que, durante a viagem, eles teriam parado para ir ao banheiro. A versão  foi contestada pela Polícia Civil. No caminho eles falaram sobre terminar a relação e então foi iniciada uma briga com ameaças e agressões.

O casal se conheceu em novembro de 2023 e a relação teve início há cerca de quatro meses. Segundo as investigações, o relacionamento deles era marcado por agressões. De acordo com a Polícia Civil, o homem falou ainda que casaria com a delegada nesta quarta-feira (14).

Tancredo Neves tem 26 passagens pela polícia e todas por agressão. Ele é investigado ainda por exercício ilegal da medicina.

Patrícia Aires é natural de Recife (PE) e deixa um filho. Especialista em direito penal e processo penal, ela tomou posse como delegada na Bahia em 2016, tendo passado por algumas cidades até atuar como plantonista em Santo Antônio de Jesus.

A delegada assassinada tinha forte atuação justamente no combate à violência de gênero e chegou a passar pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Neam).

O corpo dela foi velado na manhã de segunda-feira no interior da Bahia, mas o sepultamento será nesta terça em Recife.

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