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Corinthians se diz surpreso com suposto envolvimento de facção criminosa em contratos

O Corinthians soltou uma nota oficial, na noite desta segunda-feira (19), dizendo ter recebido, “com enorme surpresa, a notícia da possibilidade de atletas supostamente agenciados por integrantes do crime organizado terem formalizado contratos com o clube”.

O posicionamento faz questão, ainda, de dizer que tais acordos “teriam sido celebrados anteriormente à gestão atual” e que o clube está à disposição para colaborar com as autoridades.

A nota do Corinthians foi divulgada como resposta a uma matéria publicada pelo site “Metrópoles”, que indica uma apuração do Ministério Público de São Paulo sobre um suposto financiamento do Primeiro Comando da Capital (PCC) a jogadores do clube.

Integrante do PCC teria intermediado contratações de jogadores

Segundo a matéria, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) conduz uma investigação sigilosa que busca “determinar se as contratações dos atletas foram financiadas de forma regular ou com recursos oriundos do tráfico de drogas operado pela facção.”

A investigação teria se iniciado a partir de uma delação de março de 2023, que revelara que Rafael Maeda Pires, conhecido como “Japonês” e integrante do PCC, supostamente intermediou com o Corinthians a contratação de jogadores como Du Queiroz (hoje no Grêmio) e Igor Formiga (do Novorizontino).

“As negociações, realizadas em 2021, foram documentadas em mensagens de WhatsApp, das quais o MPSP já possui registros”, diz a reportagem.

Japonês, que seria aliado de Marcola, suposto líder do PCC, foi encontrado morto em maio de 2023, na Zona Leste de São Paulo.

Promotores suspeitam de elo entre PCC e o Corinthians

Uma apuração de Pedro Duran, analista da CNN Brasil, já adiantava que o Gaeco suspeitava que exista uma relação entre pessoas próximas da direção do Corinthians e o PCC.

A infiltração da maior facção criminosa de São Paulo no tradicional clube paulista deve ser uma próxima etapa de um trabalho iniciado para o caso VaideBet.

Os promotores ouvidos pela CNN ainda apontam que a intenção mais provável da facção seja a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em negócios lícitos.

Essa tem sido a estratégia do PCC, revelada em inquéritos que investigam a infiltração da facção no transporte público por ônibus em São Paulo, nos contratos de serviços com prefeituras da região metropolitana e do interior do estado e nas Organizações Sociais que prestam serviços na área da saúde.

As informações recebidas por pessoas de dentro do clube apontam que o elo com o PCC é feito por pessoas ligadas à gestão do atual presidente, Augusto Melo, e de outros nomes da cúpula do Corinthians. Não há até agora, no entanto, nenhum indício concreto de uma ligação direta do presidente com o crime organizado.

O inquérito do caso VaideBet, no entanto, só deve ser concluído no final do ano. Neste momento, os investigadores estão analisando uma série de dados bancários obtidos por meio da quebra de sigilo de pessoas e empresas investigadas autorizada pela Justiça.

Uma das pessoas que denunciou a infiltração do crime organizado foi o ex-diretor de futebol, Rubens Gomes, o Rubão. A informação foi reiterada ao MP por outras fontes de dentro do clube.

Além do carnaval, a porta de entrada do PCC no Corinthians, se de fato for confirmada, pode ter sido as casas de apostas, torcidas organizadas ou seguranças que trabalham no clube.

Leia a nota oficial do Corinthians

A diretoria do Sport Club Corinthians Paulista recebeu, com enorme surpresa, a notícia da possibilidade de atletas supostamente agenciados por integrantes do crime organizado terem formalizado contratos com o clube.

É de se ressaltar que, de acordo com o conteúdo das matérias veiculadas, tais contratos teriam sido celebrados anteriormente à gestão atual.

O Corinthians, mais uma vez, se coloca à disposição para fornecer quaisquer documentos que as autoridades reputem importantes e, também, prestar qualquer esclarecimento necessário à completa apuração dos fatos.

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