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Alta de juros está na mesa, sim, e o BC não vai hesitar se for necessário, diz Galípolo

Um eventual aumento da taxa Selic está entre as opções na mesa para o Comitê de Política Monetária (Copom), que não vai hesitar em fazê-lo se for o passo necessário para perseguir a meta de inflação, disse o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, nesta quinta-feira (22).

“Eu espero que a gente tenha conseguido deixar claro que, a partir do cenário que nós temos hoje, a alta de juros está na mesa, sim, e que o Banco Central não vai hesitar, se for necessário, a perseguição da meta, fazer uma elevação de juros”, ele disse, em um evento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Indagado sobre os fatores “idiossincráticos” que teriam levado a uma performance pior do câmbio brasileiro – e se haveria alguma relação com o desempenho das contas públicas -, Galípolo disse que preferia não comentar sobre a política fiscal do país, mas elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“A gente reclama tanto com o ministro da Fazenda e das outras áreas sobre comentários eventualmente sobre política monetária, eu também não gostaria de extrapolar pelo outro lado a gente sendo comentarista de fiscal”, disse.

“A única coisa que eu posso dar o testemunho, e todos estão vendo, o tamanho do esforço que o meu amigo Fernando Haddad está fazendo e o tamanho do desgaste que ele está tendo ali e dedicação e comprometimento para conseguir alcançar o desejável equilíbrio fiscal.”

Galípolo reforçou que, do ponto de vista da política monetária, cabe perseguir a meta de inflação com mais ou menos custo.

Crédito

As condições de crédito do Brasil ainda estão expansionistas, tendo crescido pelo sexto mês consecutivo acima da linha de dois dígitos, disse o diretor de Política Monetária.

Ele destacou que fundos multimercado tiveram uma performance difícil este ano. Isso, combinado a um desempenho fraco de ações, canalizou a liquidez para papéis de renda fixa, afirmou.

“Isso provocou um achatamento dos spreads pelo aumento de demanda”, disse Galípolo.

“É um tema que a gente tem observado e tem tentado comunicar nas nossas falas e comunicações sobre as preocupações com uma eventual abertura de taxa, como isso afeta as pessoas físicas e fundos que estão adquirindo papéis de renda fixa.”

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