A Justiça Eleitoral recebeu 175 pedidos de candidatos para usarem os nomes “Bolsonaro” e “Lula” nas eleições deste ano. Pelas regras, o nome para constar na urna eletrônica deverá ter, no máximo, 30 caracteres. E pode ser o prenome, sobrenome, cognome, abreviação ou apelido pelo qual o candidato é mais conhecido, desde que “não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente”.
Entre as 80 solicitações para uso do nome Bolsonaro, apenas três são de parentes do ex-presidente Jair Bolsonaro. O irmão, Renato Bolsonaro (PL), disputa a prefeitura de Registro, no interior de São Paulo. E dois filhos concorrem a vagas de vereador: Carlos Bolsonaro, no Rio de Janeiro (RJ), e Jair Renan, em Balneário Camboriú (SC), que adotou o nome “Jair Bolsonaro” nas urnas e entrou na mira do Ministério Público por confundir o eleitor.
Os demais são apoiadores do ex-presidente. A maior parte concorre pelo PL em estados do Sul e Sudeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, há candidatos com o sobrenome Bolsonaro em seis municípios: Mesquita, Nova Iguaçu, Paraty, São João do Meriti, Teresópolis e na Capital.
É o caso de “Negona do Bolsonaro”, o nome que Vanessa da Silva Oliveira (PL) escolheu para constar nas urnas da cidade do Rio. Há ainda situações em que o candidato pediu para ser chamado apenas de “Bolsonaro”, como Laurindo Pereira Tavares Filho (PP), em Barreirinha (AM).
O mesmo acontece em relação a “Lula”. Esse é o nome escolhido por José Gomes dos Santos (PSB), em Aracruz (ES); Macos Antônio Oliveira Costa (PSB), em Beruri (AM); e Maria Raimunda Santiago dos Santos (Republicanos), em Belmonte (BA).
Ao todo, o TSE recebeu 95 inscrições de candidatos com o sobrenome do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A maior parte do PT. Alguns usam da semelhança física para chamar a atenção do eleitor. Caso de “Lula de Arapiraca”, o Daniel Vieira da Silva (PT), que disputa uma vaga de vereador no interior de Alagoas.
Na lista também estão candidatos que preferiram unir o sobrenome Lula ao nome próprio. “Djanira Lula”, nome da urna de Djanira dos Santos Melo (PT), em São Domingos do Maranhão-MA, é um exemplo. O mesmo ocorre com “Neide de Lula”, que é Leneide da Silva (PT), em Queimadas (PB).
Há ainda quem adota o sobrenome de outra maneira, como “José Mario Presidente Lula”, que é José Mário Silva de Souza (PT), que concorre ao legislativo de Cristalina (GO); e “Vinicius Lula Livre”, o nome escolhido por Vinicius Moll de Castro Pereira (PT), em Alto Paraíso de Goiás (GO).