Os preços ao consumidor dos Estados Unidos tiveram ligeira alta em agosto, mas a inflação subjacente mostrou certa rigidez, o que poderia desencorajar o Federal Reserve de realizar um corte de 50 pontos-base na taxa de juros na próxima semana.
O índice de preços ao consumidor aumentou 0,2% no mês passado, depois de ter subido 0,2% em julho, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (11).
Nos 12 meses até agosto, o índice avançou 2,5%. Esse foi o menor aumento anual desde fevereiro de 2021 e seguiu-se a à alta de 2,9% em julho.
Economistas consultados pela Reuters previram que o avanço de 0,2% do índice no mês e de 2,6% na base anual. Embora a inflação continue acima da meta de 2% do banco central dos EUA, ela desacelerou consideravelmente, permitindo que as autoridades se concentrem mais no mercado de trabalho em sua busca para sustentar a expansão econômica.
Na semana passada, dados do governo mostraram que a criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola ficou abaixo das expectativas em agosto, mas que a taxa de desemprego caiu para 4,2%, de uma máxima de quase três anos de 4,3% em julho, reduzindo as chances de um corte de 50 pontos-base nos juros e aumentando as chances de uma redução de 25 pontos.
A mão de obra está esfriando em meio a uma moderação significativa nas contratações, reduzindo os riscos de reaquecimento da inflação.
Nesta quarta-feira, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 29% de um corte de 50 pontos nos juros na reunião do Fed de 17 e 18 de setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group. As chances de uma redução de 25 pontos estavam em torno de 71%.
O banco central tem mantido sua taxa de juros de referência na faixa atual de 5,25% a 5,50% por um ano, depois de elevá-la aumentado em 525 pontos-base em 2022 e 2023.
O crescimento anual dos preços ao consumidor desacelerou consideravelmente em relação ao pico de 9,1% em junho de 2022, uma vez que os custos mais altos de empréstimos restringem a demanda.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor avançaram 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o chamado núcleo do índice de preços ao consumidor aumentou 3,2%, mesma taxa de julho.