Cerca de 11% das meninas e jovens mulheres sofrem assédio on-line diariamente. Uma pesquisa global avaliou como esse grupo se sente no ambiente digital e mostrou que três a cada quatro mulheres sofreram algum tipo de assédio ou violência na internet ou nas redes em algum momento de suas vidas.
A pesquisa “Resiliência Digital – Meninas e jovens mulheres em busca de um futuro digital mais seguro” ouviu 624 mulheres de 13 a 24 anos em nove países e foi realizada pela ONG Plan International em parceria com a CNN.
O estudo mostrou que quase metade das entrevistadas (44%) relatou ver ou receber imagens ou vídeos sexuais indesejados e 25% enfrentaram discriminação ou discurso de ódio.
As entrevistas mostram que tantos relatos de assédio e violência na internet ou nas redes sociais têm impactos diretos na saúde mental das participantes: 35% relataram sentimentos de tristeza, depressão, preocupação e ansiedade devido aos episódios de assédio.
Mais da metade (67%) se veem como as principais responsáveis por se manterem seguras no ambiente digital.
“O ambiente on-line não é um espaço seguro para meninas, jovens mulheres e outros grupos minorizados. As medidas tomadas por governos, empresas e plataformas de tecnologia para combater essas violências até o momento permanecem muito aquém do necessária”, afirma Ana Nery Lima, Especialista em Gênero e Inclusão na Plan International Brasil.
Alfabetização digital
Participantes do estudo compartilharam suas soluções para tornar a experiência on-line mais segura. Quando questionadas sobre o que faltava para um cenário de mais proteção, elas defenderam a melhoria da alfabetização digital
- Na América do Sul: 60% escolheram alfabetização digital, seguida por mais orientação e educação vinda de pais, mães e responsáveis (47%) e medidas legais mais rigorosas (46%).
- Na África: 81% escolheram alfabetização digital, seguida por campanhas com foco na educação digital de meninas (43%) e campanhas gerais de conscientização (39%).
- Na Ásia: 67% escolheram alfabetização digital, seguida por mais orientação e educação vinda de pais, mães e responsáveis (37%) e campanhas gerais de conscientização (32%).