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Vídeo: PMs agridem pessoas em adega durante abordagem em Ribeirão Preto (SP)

A Polícia Militar determinou a investigação de uma abordagem realizada por agentes da corporação no último dia 15, durante a realização de um baile funk, no bairro Parque Ribeirão Preto, na periferia de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Imagens reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, e obtidas pela CNN, mostram o momento em que os policiais quebram a porta da adega e agridem as pessoas que estavam no local.

Segundo Alexandre Durante, advogado que representa o dono do estabelecimento, um baile funk acontecia na rua onde o comércio fica localizado, quando moradores chamaram a polícia por conta do incômodo causado pelo barulho.

O advogado alega que, ao chegarem, os PMs jogaram bombas de gás lacrimogêneo, o que gerou tumulto entre as pessoas do local e, portanto, o dono do estabelecimento resolveu abaixar a porta da adega.

Os agentes, ainda conforme relato do defensor, chegaram ao local com bastante violência pedindo que a porta fosse aberta, o que não foi atendido por medo do proprietário. Os PMs então arrombam a porta e entram no local já agredindo as pessoas, conforme mostram as imagens. Veja abaixo.

De acordo com o advogado, cerca de sete pessoas que estavam no local foram violentamente agredidas, entre o dono da adega, sua esposa, seu filho e clientes que estavam no local.

O dono da adega relatou que foi agredido de forma ainda mais violenta dentro de uma sala onde não havia câmeras, e onde estavam seu filhos, um menino de seis anos e uma menina de 13. Segundo o relato, a menina chegou a desmaiar de nervoso durante a situação.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que, após tomar conhecimento das imagens, a PM determinou a investigação dos fatos e remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas.

A pasta afirma que a PM foi acionada para atender a uma ocorrência de perturbação e disparo de arma de fogo em uma via pública do bairro. No entanto, durante a abordagem, as equipes foram hostilizadas pelos indivíduos e agredidas com rojões e bombas por dois homens, que fugiram para o estabelecimento comercial após os disparos.

A secretaria destacou que, no local, foram apreendidas cinco máquinas caça-níqueis, cartões de memória e mais de R$ 600 em espécie. Os suspeitos foram presos e, posteriormente, conduzidos à Central de Polícia Judiciária.

O advogado do comerciante afirmou que nenhuma das pessoas que estava no local possui envolvimento com o crime ou antecedentes criminais. “O estabelecimento tem CNPJ e alvará de funcionamento, tudo dentro da lei”, declarou.

O defensor disse ainda que os PMs só levaram o dono do estabelecimento e seu filho para a delegacia, por conta das máquinas caça-níqueis, após notarem que tinham sido filmados.

O advogado declarou que os policiais também coagiram o comerciante e sua família pois queriam ter acesso ao material gravado, o que foi negado, já que os arquivos ficam salvos de forma online. Ele afirmou que seus clientes foram ouvidos na Central de Polícia Judiciária e liberados.

A SSP informou que o caso foi registrado como resistência e contravenção penal (jogos de azar). Além disso, exames periciais, como corpo de delito, foram solicitados a todos os envolvidos.

“A instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda e qualquer irregularidade comprovada”, completou a SSP.

Ouvidoria: espiral de violência absurda

Em nota, a Ouvidoria da Polícia Militar afirmou que recebeu estarrecida as imagens que mostram os agentes arrombando a porta de ferro, adentrando o estabelecimento e agredindo homens e mulheres de várias idades.

“Mais uma vez, o caso em questão evidencia o absurdo dessa espiral da violência policial, no momento em que o proprietário do estabelecimento liga para a polícia para pedir socorro contra os próprios policiais. A perpetrar-se essa situação a quem recorreremos na próxima vez?”, diz trecho da nota.

A Ouvidoria afirma que um protocolo pedindo providências imediatas para a Corregedoria da PM foi aberto.

“É premente, portanto, mais do que o afastamento de agentes para funções burocráticas, a formação de homens e mulheres para funções democráticas, que pratiquem uma segurança pública sem a doutrina da vingança e da violência contra trabalhadores, mulheres e crianças”, completa a nota.

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