O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, comentou as recentes críticas do papa Francisco às mortes de civis após ataques israelenses em Gaza.
Em entrevista ao CNN 360°, Lottenberg reconheceu a validade das observações do pontífice, mas ressaltou que elas não abordam as complexidades por trás do conflito.
Segundo Lottenberg, “os comentários do papa são válidos. Você acha que a comunidade judaica e os israelenses estão satisfeitos ao ver civis serem atacados, violentados e falecerem?”.
O líder da Conib acrescentou que o pontífice está expressando um sentimento geral de indignação, compartilhado inclusive pela comunidade judaica.
No entanto, Lottenberg argumentou que a situação é mais complexa do que aparenta. “O que fazer para que isso não aconteça não está somente nas mãos de Israel”, afirmou.
Ele questionou se seria aceitável deixar reféns presos sem reagir ou permitir que o Hamas continue lançando mísseis diariamente, desalojando milhares de pessoas.
Defesa de Israel e críticas a Netanyahu
Lottenberg enfatizou o direito de Israel de se defender contra ataques terroristas, destacando o papel do país na luta contra o terrorismo internacional.
“Como brasileiro, eu agradeço que exista alguém dentro do cenário internacional que está atuando contra as ações terroristas”, declarou.
Quanto ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Lottenberg afirmou que não há consenso de apoio a ele, criticando a falta de uma política clara para o pós-guerra.
“Acho que o Bibi merece uma crítica por não ter uma política para aquilo que vai acontecer no pós-guerra”, disse.
O presidente da Conib também ressaltou a natureza democrática de Israel, descrevendo-o como “a única grande democracia do Oriente Médio”.
Ele argumentou que a solução para o conflito é complexa e requer o envolvimento de uma ONU reformada e países genuinamente comprometidos com a paz.
Lottenberg concluiu alertando sobre a ameaça do terrorismo, mencionando a recente prisão de um suspeito ligado ao Hamas no Brasil.
Ele expressou gratidão a Israel por sua atuação contra o terrorismo internacional, sugerindo que uma mudança de regime no Irã poderia alterar significativamente o contexto geopolítico do Oriente Médio e do mundo.