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Debate da Globo em Campo Grande tem foco em ataques sobre transparência pública

O último debate antes da votação do segundo turno em Campo Grande acontece nesta sexta-feira (25). As candidatas Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) participam do encontro.

Feito pela TV Morena, afiliada da Rede Globo no estado do Mato Grosso do Sul (MS), o debate tem quatro blocos. Cada um tem aproximadamente dez minutos.

No primeiro turno, Rose Modesto obteve 29,56% dos votos. Adriane Lopes, 31,67%.

Primeiro bloco

O primeiro bloco é de embate direto, e as candidatas podem formular perguntas uma para a outra. O tema é livre.

Conforme acordado em sorteio, Rose Modesto foi a primeira a perguntar. Rose iniciou mencionando a abstenção dos eleitores na capital e questionou sobre a falta de transparência da gestão e de servidores que recebem “supersalários”, que não seriam divulgados pela prefeitura.

Adriane respondeu que os dados estão disponíveis no portal online e que Campo Grande é referência em transparência pública. “No meu governo nós não temos nada a esconder”, disse Lopes, afirmando que é possível checar as informações no site da prefeitura.

Modesto insistiu no assunto ao longo do primeiro bloco, afirmando que a prefeita não apenas paga a suposta “folha secreta” de pagamento, que contaria com um montante superior a R$ 386 milhões, mas também receberia parte da remuneração. Segundo Rose, impostos não seriam recolhidos a partir desses pagamentos, o que resultaria em sonegação fiscal.

Por sua vez, a chefe do Executivo afirmou que trouxe um termo de ajuste de gestão durante seu governo. “Eu coloquei um ponto final nessa folha secreta, e no meu governo, qualquer dado está ai para qualquer pessoa acessar”, disse.

Lopes disse que Rose ocultou suas empresas do Tribunal Regional Eleitoral, também mencionando falta de transparência.

“A empresa que ela se refere é um micro e pequena empresa de reparos e construção. Ela acha que quem é professor, vem de baixo, não pode empreender em Campo Grande. Está tudo no meu imposto de renda”, afirmou.

“Crime eleitoral é não declarar”, disse Adriane Lopes. “Os salários absurdos, quem vai responder é o governo anterior”.

Adriane Lopes questionou a adversária sobre ter se tornado sócia de duas empresas pouco tempo após assumir o cargo de Superintendente do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). Antes do fim do primeiro bloco, a atual prefeita disse perguntou sobre a parceria de Rose Modesto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o que isso teria beneficiado os empresários da cidade.

Segundo bloco

O segundo bloco foi temático, com pautas escolhidas pela produção do programa.

Adriane Lopes escolheu educação especial, e afirmou que as profissionais da área terão concurso público ainda este ano, com reajuste nos valores de salário.

A prefeita disse estar hoje corrigindo erros do passado, e que sete mil famílias regularizadas e acompanhadas por assistente sociais.

Jovens em vulnerabilidade também entraram em pauta.

Modesto disse que pretende investir em programas sociais que distanciem jovens de drogas e substâncias químicas. Lopes disse que pretende investir em programas esportivos com o mesmo objetivo.

A candidata também pontuou que sua proposta é prevenir e criar oportunidades para jovens e suas mães, além de criar cursos de qualificação.

A candidata do União Brasil escolheu o tema Mobilidade Urbana, e questionou a adversária sobre um projeto feito por Lopes, tanto como prefeita como vice, para melhorar a área.

Por sua vez, a prefeita disse que tem trabalhado para integrar os bairros e o polo empresarial de Campo Grande, com obras de infraestrutura e asfalto. Questionou, após isso, Modesto sobre suas propostas para ciclovias na capital.

Modesto afirmou que parte dos investimentos para mobilidade vieram de recursos enviados por ela quando deputada. Em relação às ciclovias, disse que é preciso interligar e ampliar 350 quilômetros de asfalto, além das obras em áreas de ciclovias para “diminuir o fluxo de carros”.

“Eu reconheço que o transporte público de Campo Grande não é o ideal, e eu já comecei a trabalhar”, disse Adriane, afirmando também ter apoio do governador para os trabalhos.

A prefeita disse que testes de um ônibus movido a gás natural devem acontecer depois das eleições. Adriane Lopes voltou a citar o envolvimento da adversária com o presidente Lula quando estava ocupando o cargo da Sudeco.

“Eu trouxe para Campo Grande quase R$ 400 milhões de reais”, respondeu Modesto. “Interessante quando você fala do Lula com tanta preocupação. O partido da Adriane está no governo do Lula”, disse Modesto, citando o ministério dos Esportes, hoje liderado por André Fufuca (PP).

Lopes acusou a adversária de esconder seus apoios. “Fui indicada pelos governadores, fui para o cargo e dei o meu melhor para que o Mato Grosso do Sul se desenvolvesse”, disse Modesto.

Terceiro bloco

O terceiro bloco seguiu a mesma linha do primeiro e contou com um embate direto entre as candidatas, e temas livres.

A saúde também foi abordada no terceiro bloco. Rose citou as filas de cirurgia e na área de saúde pública. Candidatas questionaram uma a outra sobre suas propostas, e Rose Modesto defendeu que em seu governo “não terá fila” de espera.

Adriane citou seus feitos e disse que em todas as áreas de Campo Grande têm reformas em andamento, e que não teve tempo o suficiente para gerir a cidade.

Rose disse que há R$ 2 bilhões disponíveis no orçamento da saúde e a questionou sobre quantos leitos disponíveis existem hoje na capital.

“O caminho para a solução é a construção de um hospital municipal”, afirmou a prefeita, citando que não é possível realizar o transporte de leitos. “Eu sei que tem muito a ser feito e que a saúde é um problema”, disse.

Modesto disse que 1.400 leitos e que existe a capacidade de ampliar o número, e que irá começar os “mutirões” de leitos e cirurgias, como abrir 100 novos leitos em seus 100 primeiros dias de gestão, caso seja eleita.

Lopes respondeu que o dado estava incorreto e o número seria de 1.482 leitos. “Reformei 46 unidades de saúde em dois anos, e vou reformar mais 120 em quatro anos”, afirmou.

Ao fim do terceiro bloco, um direito de resposta foi concedido à Adriane Lopes.

“É uma decepção ter uma mulher que ataca outra mulher”, disse a prefeita durante seu direito de resposta. “Não tenho parceria com o governo Lula, que não trouxe benefício nenhum para Campo Grande”.

Apuração

A CNN acompanha, em tempo real, a apuração dos votos em todas as 51 cidades do Brasil que disputam o segundo turno neste domingo (27).

Em Campo Grande (MS), a contagem dos votos pode ser acompanhada clicando neste link. 

51 cidades terão 2° turno no país; saiba quais são

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