Em entrevista ao CNN 360° desta quarta-feira (20), Celso Vilardi, advogado criminalista e professor da FGV-SP, expressou sua convicção de que a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, será revogada.
Vilardi baseou sua análise nas recentes informações divulgadas pela Polícia Federal, que apontam para omissões e possíveis mentiras no depoimento de Cid. Segundo o jurista, “Tudo está a indicar que esta delação será revogada”.
Ele acrescentou que Cid provavelmente “vai sofrer os efeitos das condenações que já fez”, e que as provas obtidas durante o processo de colaboração poderão ser aproveitadas, mesmo com a anulação do acordo.
Gravidade das revelações e possíveis consequências
Vilardi destacou a seriedade da situação, mencionando que “o episódio de hoje é tão grave que é possível que as autoridades estejam dando uma oportunidade para que ele acabe resolvendo estas omissões ou mentiras”. No entanto, o advogado expressou suas reservas quanto a essa abordagem, classificando-a como “utilitarista”.
O especialista enfatizou que, apesar da possibilidade de uma última chance ser oferecida a Cid, “o caso é de revogação da delação”.
Ele prevê que o resultado provável será o “aproveitamento de provas e, portanto, de uma condenação de confissão na parte que ele confessou”.
Implicações para investigações em curso
A análise de Vilardi sugere que as investigações relacionadas ao caso podem tomar novos rumos. Ele apontou que há “uma questão que supera todas as outras, que não foi nem confessada nem tão pouco abordada” na delação de Cid, indicando que aspectos cruciais podem ter sido omitidos.
Essa situação levanta questões sobre a extensão das informações ainda não reveladas e seu potencial impacto nas investigações em andamento, especialmente aquelas relacionadas ao círculo próximo do ex-presidente Bolsonaro.