O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou em entrevista à CNN que o acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) está maduro e que o Brasil é favorável à assinatura.
“É um acordo importante, que está maduro. Há uma resistência de agricultores da França, que são contra, mas o Brasil é favorável e acho que o Mercosul também será favorável”, disse o vice-presidente.
Alckmin ainda afirmou que o acordo seria um “ganha-ganha”, com importância para o multilateralismo global.
“É um ganha-ganha, é bom para o Mercosul, é bom para a União Europeia e bom para o planeta, para o mundo. Na geopolítica mundial, isso mostra fortalecimento do multilateralismo, evitar radicalização, aproximar os países, abrir mercado”, afirmou.
Como noticiado pela CNN, o governo espera anunciar o acordo – cujas discussões se estendem há 25 anos -, na Cúpula do Mercosul, que acontece entre os dias 5 e 6 de dezembro, em Montevidéu, no Uruguai.
Do ponto de vista técnico, as negociações evoluíram e estão “esgotadas”, segundo relatos feitos à CNN.
Na terça-feira (26), quando um encontro diplomático foi iniciado, eram cinco ou seis pendências – na área ambiental e em espaço para políticas industriais. Sobrou, conforme fonte do Mercosul, “um ponto e meio” em colchetes – um mais sensível e outro que, acredita-se, deve ser superado.
Nas negociações diplomáticas, a existência de colchetes significa divergências no texto final. Os negociadores-chefes dos dois blocos, que se reuniram em Brasília na semana passada, se comprometeram a levar esses pontos pendentes ao “máximo nível político” para uma decisão.
O governo brasileiro ainda não recebeu nenhuma sinalização de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, viajará ao Uruguai para participar do encontro.
Havendo aval político, afirmam esses negociadores, as pendências restantes serão facilmente resolvidas e o acordo poderá ser anunciado em Montevidéu. A UE já informou que, nesse caso, Von Der Leyen participará da reunião de cúpula.