Aliados dos líderes do União Brasil, Elmar Nascimento, e do PSD. Antônio Brito, avaliam que a disputa para a presidência da Câmara dos Deputados ficará ainda mais acirrada com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
Para eles, o gesto em nome da união e da solução consensual que Marcos Pereira buscava ao desistir da candidatura — apoiando seu correligionário Hugo Motta (Republicanos-PB) — pode ter causado mais desarmonia que coesão.
Uma ala da Câmara acredita que Marcos Pereira deixou a disputa por não conseguir nem o apoio dos líderes partidários, ativo que Elmar possui, nem votos suficientes em plenário, que Brito acumula.
O Palácio do Planalto tem interpretação parecida. No entendimento de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para não sair perdedor, Marcos Pereira apostou todas as fichas para ser o fiador do acordo em busca de unidade.
Parlamentares próximos a Elmar e Brito garantem que os dois deputados não vão desistir de suas candidaturas, principalmente devido à forma “desrespeitosa” com que foram tratados — segundo aliados.
A reação imediata de Elmar, que tinha o apoio de Lira, foi deixar claro a pessoas próximas que não abrirá mão de sua candidatura por uma “questão de honra”.
Gilberto Kassab, presidente do PSD e fiador do campanha de Brito, teve reação semelhante e afirmou que a candidatura do seu aliado será mantida, apesar de não ter sido pego de surpresa com a decisão de Marcos Pereira.
O presidente do Republicanos chegou a pedir para Kassab, há poucos dias, apoio para sua candidatura, mas teve o pedido negado.
Segundo um parlamentar experiente do partido de Kassab, o cenário agora pode ter ficado mais nebuloso: ou se fecha um candidato de consenso ou haverá uma proliferação de candidatos disputando.