O analista de internacional Lourival Sant’Anna detalhou durante o CNN Prime Time as diferenças significativas entre os ataques iranianos contra Israel ocorridos em abril e o mais recente, realizado nesta terça-feira (1°).
Segundo Sant’Anna, o ataque de abril foi considerado uma resposta estratégica ao bombardeio do consulado iraniano em Damasco.
Já o ataque atual é descrito como uma resposta “mais robusta e brutal” do Irã, em retaliação ao assassinato de um alto oficial e ao bombardeio contra o Hezbollah, principal grupo armado irregular apoiado pelo país.
Sobrecarga dos sistemas de defesa israelenses
O analista explicou que, desta vez, o Irã lançou aproximadamente 180 mísseis balísticos quase simultaneamente, sobrecarregando os sistemas de defesa de Israel.
Esta tática difere significativamente do ataque de abril, quando houve um escalonamento gradual, permitindo que Israel se preparasse melhor.
“Dessa vez, como você diz, foram 180 mísseis balísticos disparados quase simultaneamente. E foi por isso que eles realmente conseguiram alguns deles passar pelo Arrow e pelas outras camadas, o David’s Sling [estilingue de David] e até o Domo de ferro”, afirmou Sant’Anna.
Sistemas de defesa israelenses e suas limitações
Sant’Anna detalhou os três principais sistemas de defesa de Israel: o Arrow (A Seta), projetado para interceptar mísseis balísticos de longo alcance; o David’s Sling (Estilingue de David), para ameaças de médio alcance; e o Iron Dome (Domo de Ferro), destinado a foguetes de curto alcance.
Apesar da eficácia desses sistemas, o analista ressaltou que o volume e a simultaneidade dos ataques iranianos conseguiram, em certa medida, superar as defesas israelenses. “O Irã conseguiu sobrecarregar o sistema”, observou.
Potencial de escalada e limitações
Sant’Anna alertou para o potencial de escalada do conflito, lembrando que o Irã possui um arsenal de cerca de 3.000 mísseis balísticos.
No entanto, ele também destacou as limitações que impedem um ataque em larga escala, citando a capacidade de retaliação de Israel, inclusive com armas nucleares.
“Israel é uma potência nuclear. Obliteraria o Irã da face da terra com armas nucleares, o que realmente eu espero que nunca venha a acontecer”, disse o analista, enfatizando a gravidade da situação e a necessidade de contenção por ambas as partes para evitar uma escalada catastrófica do conflito.