Um navio que veio da Holanda e atracou no Porto de Santos, em outubro, trouxe o primeiro carregamento de fertilizante lower carbon, ou seja, um material produzido com baixíssimo carbono que irá auxiliar na descarbonização do agronegócio brasileiro.
Comparado ao mesmo fertilizante produzido a partir de gás natural de origem fóssil, esse insumo, elaborado com matéria-prima renovável, apresenta uma redução de até 90% na emissão de gases de efeito estufa.
O primeiro lote será destinado à Cooxupé, uma das principais cooperativas de café do mundo, sediada em Alfenas, em Minas Gerais, que conta com cerca de 20 mil cooperados.
O navio cruzou o oceano Atlântico com 240 mil toneladas do fertilizante. A responsável pela carga é a empresa norueguesa, com atuação no Brasil, Yara.
A agricultura é responsável por mais de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com a FAO, órgão da ONU para alimentação e agricultura.
A maior parte da emissão dos poluentes vem das etapas de produção que levam os alimentos para a fazenda, o que inclui os fertilizantes e correspondem a quase 40% dos gases emitidos.
De acordo com levantamento feito pelo Economist Intelligence Unit (EIU), os impactos climáticos têm um custo projetado em US$ 7,9 trilhões até 2050.
No começo de dezembro, o Brasil começará a produção interna do fertilizante de baixíssimo carbono, utilizando biometano, na planta da empresa Yara, em Cubatão, em São Paulo.