O comentarista da CNN José Eduardo Cardozo e o empresário e ex-deputado federal Alexis Fonteyne discutiram, nesta sexta-feira (29), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h) como fica a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os militares.
O conteúdo do inquérito sobre o plano para um golpe de Estado após as eleições de 2022, com o envolvimento de representantes das Forças Armadas, retomou a defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Militares na base aliada do governo.
A proposta, que obriga que militares da ativa passem para a reserva caso se candidatem a um cargo eletivo, aguarda votação no plenário do Senado.
A avaliação na base aliada é de que retomá-la, neste momento, pode passar a mensagem de “revanchismo”, mas que é importante a sua aprovação antes de 2026.
Para Cardozo, a relação que o presidente da República deve ter com os militares é de Estado.
“Me parece que carreiras de Estado não podem ter participação na política deste mesmo Estado. Um juiz, por exemplo, tem que ficar longe da atividade político-partidária. Um membro do Ministério Público, longe da atividade político-partidária. Um militar, também”, disse Cardoso.
Já para Fonteyne, como a PEC quer retirar a remuneração dos militares que vão para a reserva a fim de concorrer eleitoralmente, isso acaba sendo injusto e revanchista.
“[A PEC acontece] numa linha de desestimular qualquer militar de ser candidato. Uma vez que ele passou a vida inteira dentro de um quartel prestando serviços para a nação, se perder a remuneração, não está qualificado para uma indústria”, disse. “Ele não tem emprego como funcionário público. Ele tem um prejuízo muito grande”.
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