Quem investe, procura vender ou comprar um imóvel pode ter mais dificuldade daqui para frente. Isso porque os preços estão em alta. Em agosto, o valor da venda de imóveis residenciais aumentou 0,76%.
Esse percentual repetiu o de julho, quando registrou o maior aumento em dez anos. Essa alta também é mais que o triplo do resultado da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, de 0,19% em agosto. E o cenário pode piorar com uma decisão a ser tomada nas próximas semanas.
Especialistas ouvidos pela CNN explicam que o eventual aumento da taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve gerar prejuízos ao financiamento imobiliário.
Vale lembrar que a reunião do Copom acontecerá entre os dias 17 e 18 de setembro. A expectativa de grande parte do mercado é de que o BC decida pela elevação da Selic.
A economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, explica que quem tem a intenção de comprar um imóvel nos próximos meses já deve sentir o impacto negativo com o eventual aumento da taxa.
“Por ser a taxa básica da economia, a Selic acaba reajustando todos os tipos de financiamento em empréstimos e, inevitavelmente, isso acaba reverberando também nos financiamentos imobiliários”, explica.
Ou seja, o encarecimento da compra de imóveis pode gerar a inviabilização ou o adiamento da compra.
O momento também deve ser difícil para quem quer vender um imóvel. Isso porque essas pessoas estarão sujeitas ao mercado que contrata uma taxa de juros mais alta e, com isso, sentirá o desestímulo à aquisição desses imóveis.
Além disso, no mesmo setor, a alta da Selic deve ter impacto negativo aos investidores.
O coordenador da FipeZAP, Alison Oliveira, explica que, quem compra imóvel para alugar, tende a mudar a estratégia nesse cenário.
“Com a Selic mais alta, outros investimentos tendem a render mais. Com isso, o investidor pode deixar de comprar o imóvel para investir em outra área”, analisa.
Por outro lado, quem já está financiando um imóvel estará mais protegido desse impacto negativo, segundo os economistas.
A questão é que a maioria dos contratos imobiliários prevê uma taxa fixa, pré-acordada. Isso garante que não ocorra um reflexo direto da Selic no valor do financiamento.
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