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Dona da Fiat e Jeep registra queda nas vendas globais, mas tem Brasil como mercado em alta

A redução de vendas e menor poder de fixação de preços reduziram a receita da Stellantis em 27% no terceiro trimestre, informou nesta quinta-feira a montadora, que busca corrigir nível de estoque elevado e fraco desempenho comercial.

Mas o resultado do grupo veio um pouco melhor do que o esperado e as ações da companhia subiam nesta manhã, mostrando o desempenho entre as blue chips da bolsa de Milão. No ano, porém, as ações da Stellantis acumulam queda de cerca de 40%.

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A Stellantis teve receita de 33 bilhões de euros no terceiro trimestre, superando a  expectativa média de analistas de 31,1 bilhões, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

As vendas caíram 21%, para 1,17 milhão de veículos. As lacunas na linha de produtos foram o principal fator do declínio, disse o  novo diretor-financeiro, Doug Ostermann, embora tenha acrescentado que essas lacunas devem começar a se fechar.

Na América do Sul, onde a operação no Brasil é a principal do grupo, as vendas somaram 259 mil veículos no terceiro trimestre, um crescimento de 14% sobre o desempenho de um ano antes. A receita na região, porém, caiu 2%, somando 4,2 bilhões de euros, pressionada principalmente por efeitos cambiais.

Enquanto isso, na América do Norte, as vendas da Stellantis no período somaram 299 mil unidades, uma queda de 36%, enquanto o faturamento despencou 42%, para 12,4 bilhões de euros.

A empresa disse que continua no caminho certo para lançar aproximadamente 20 novos modelos até 2024.

Entre eles, o novo utilitário esportivo médio Peugeot 3008, o híbrido C3 e o totalmente elétrico e-C3 da Citroën e o SUV compacto esportivo Junior, da Alfa Romeo, já chegaram às ruas ou estão disponíveis para encomenda, disse o grupo.

“A redução de estoques nos Estados Unidos está ocorrendo em um ritmo mais rápido do que o esperado”, disse Ostermann, acrescentando que a companhia espera reduzir o nível de inventário nas concessionárias norte-americanas em 100 mil veículos, antes da meta do final de novembro.

A Stellantis disse que o estoque total era de 1,33 milhão de unidades em 30 de setembro, uma queda de 129 mil veículos unidades em relação ao ano anterior. Nos EUA, o estoque total nas concessionárias caiu em mais de 80 mil veículos entre 30 de junho e 30 de outubro.

Ostermann, que anteriormente chefiava as operações da Stellantis na China, substituiu Natalie Knight neste mês como parte de uma reorganização da alta administração com o objetivo de corrigir erros estratégicos, especialmente na América do Norte.

Os problemas específicos da Stellantis estão se combinando com as dificuldades mais amplas das montadoras ocidentais, incluindo a baixa demanda global, especialmente por veículos elétricos, desafios de transição tecnológica e aumento da concorrência de seus pares chineses.

A maior montadora da Europa, a Volkswagen, por exemplo, está avaliando planos para fechar pelo menos três fábricas na Alemanha e demitir dezenas de milhares de funcionários.

DIVIDENDOS E RECOMPRA

A Stellantis confirmou nesta quinta-feira previsão de resultados para o ano, que passou recentemente por redução.

Depois de registrar um declínio de 40% no lucro operacional ajustado (EBIT) no primeiro semestre, a Stellantis previu no mês passado uma margem de lucro operacional ajustada para o ano de 5,5% a 7%, abaixo da estimativa anterior de dois dígitos, e uma queima de caixa de até 10 bilhões de euros.

O grupo também sinalizou possíveis cortes em dividendos e recompra de ações em 2025, embora Ostermann tenha dito nesta quinta-feira que confia que o conselho de administração discutirá “o nível certo de dividendos no próximo ano”.

“Dada a situação do preço das ações, acho que seria muito apropriado falarmos também sobre um programa de recompra de ações para o próximo ano”, disse ele, acrescentando, no entanto, que nada está determinado ainda.

O analista da Third Bridge, Orwa Mohamad, disse que a Stellantis precisa lançar novos produtos e expandir-se para outros segmentos, possivelmente lançando mais modelos europeus nos Estados Unidos sob a marca Jeep.

“Talvez eles também precisem considerar aquisições na América do Norte para fortalecer seu portfólio”, disse ele.

Mohamad acrescentou que a recuperação da margem é provável em 2025, já que a Stellantis planeja grandes lançamentos em segmentos importantes com margens mais altas.

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