Se depender da expectativa das principais campanhas em São Paulo, o primeiro confronto na TV não será para amadores.
Ataques duros e acusações são aguardados pelos principais candidatos à prefeitura da maior cidade do País durante o debate marcado para a noite desta quinta-feira (8) na TV Bandeirantes.
Seguindo um roteiro bem tradicional, o mais provável é que o atual prefeito, Ricardo Nunes, seja o alvo preferencial. Ao menos esta é a previsão da campanha do próprio prefeito e de seus rivais.
Nunes ensaiou cuidadosamente respostas para os principais temas polêmicos que cercam sua gestão, com atenção especial para dois deles: o boletim de ocorrência por ameaça registrado sua esposa anos atrás e a recente operação da Polícia Federal apontando supostos desvios em creches paulistanas.
Serão respostas curtas e objetivas, que, segundo seus aliados próximos, guiadas pela ideia de que há uma profunda distorção dos fatos por parte de adversários. Algo na linha de que muito do que se ouve não passa de “intriga da oposição”.
Mas Nunes não será o único alvo. A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) avalia que o deputado pode até não ser o maior alvo do debate, mas será provavelmente o primeiro. O motivo é que Pablo Marçal (PRTB) deve abrir as perguntas do confronto desta noite. E o coach, na visão de coordenadores da campanha do PSOL, tende a ganhar aplausos de seu eleitorado atacando o deputado apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Temas como Venezuela e até o Hamas podem aparecer no tiroteio, de acordo com as previsões da campanha psolista. Mas a orientação dada a Boulos é para não fugir desses assuntos. O parlamentar deve reiterar rapidamente as posições já declaradas sobre esses temas e desviar o foco para um discurso propositivo.
É grande nas campanhas paulistanas a expectativa sobre José Luiz Datena. Além de ser um hábil comunicador, o apresentador ainda terá a vantagem de jogar em casa, já que até poucas semanas atrás estava à frente do Brasil Urgente, na Band.
O apresentador é visto como fator de preocupação especificamente para Tabata Amaral (PSB), que sonhava em amarrar uma chapa com o tucano como vice. Mas o que esperam as campanhas rivais é que ele volte sua artilharia para Nunes.
Tabata, por sua vez, tende a se concentrar num discurso propositivo, de acordo com aliados. Mas também poderá seguir os colegas na ofensiva a Ricardo Nunes, se o ambiente no debate seguir nessa direção.
A ideia de que o discurso belicoso possa dominar o confronto desta noite tem base no ineditismo da disputa deste ano, avaliam alguns dos marqueteiros e políticos envolvidos na corrida. O motivo, explicam, é que a eleição deste ano tem características que fogem totalmente da dinâmica de disputas recentes na capital paulista.
Para começar, o PT não tem candidato próprio à Prefeitura de São Paulo pela primeira vez desde sua criação. O PSDB, que por tantos anos polarizou com os petistas as corridas na cidade, tem em Datena um candidato desprendido da cultura da sigla, que não depende em nada da bagagem partidária para ter força eleitoral.
Os palpites sobre quem tem mais chances de sair vencedor do debate são escassos. Até porque ninguém sabe prever ao certo qual será o efeito de figuras como Datena e Pablo Marçal sobre as candidaturas que largaram como favoritas. Nas palavras de um alto integrante da campanha do PSOL, todos “jogaram direito” até agora. E, ainda assim, “nada saiu como esperado”.
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