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EUA alertam que companhias aéreas podem ter Boeing 737 com suspeita de problema no leme

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos afirmou que mais de 40  companhias aéreas estrangeiras que operam aviões Boeing 737 podem estar usando  aeronaves com componentes de leme que podem representar riscos à segurança, embora não tenha identificado quais empresas poderiam ser afetadas.

Na quinta-feira, o NTSB emitiu recomendações urgentes de segurança sobre a possibilidade de um sistema de controle do leme emperrado em alguns aviões 737 após um incidente em fevereiro envolvendo um voo da United Airlines.

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O NTSB está investigando um incidente ocorrido em fevereiro, no qual os pedais do leme de um 737 MAX 8 da United ficaram “presos” na posição neutra durante um pouso nos EUA. Não houve ferimentos nos 161 passageiros e na tripulação.

A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) disse na terça-feira que estava ciente do relatório do NTSB. “A EASA está em contato próximo com a FAA e tomará as medidas necessárias”, disse um porta-voz.

Na segunda-feira, a agência informou que 271 peças afetadas podem estar instaladas em aeronaves em serviço operadas por pelo menos 40 companhias aéreas estrangeiras e 16 ainda podem estar instaladas em aeronaves registradas nos EUA e até 75 podem ter sido usadas em instalações pós-venda.

No entanto, o NTSB e a agência de aviação dos EUA não identificaram quais transportadoras podem estar usando as peças. Várias companhias aéreas estrangeiras não responderam às perguntas da Reuters sobre sua frota.

A Boeing, que se recusou a comentar o assunto na segunda-feira, disse na semana passada que havia informado os operadores de aviões 737 afetados sobre uma “condição potencial com o atuador de orientação de rolagem do leme” em agosto, no que é conhecido como uma Mensagem de Vários Operadores.

No entanto, a presidente do NTSB, Jennifer Homendy, disse em uma carta ao administrador  da agência de aviação norte-americana, Mike Whitaker, que eles estavam preocupados “com a possibilidade de que outras companhias aéreas não estejam cientes da presença desses atuadores em seus aviões 737”.

Um porta-voz da All Nippon Airways do Japão, que opera 39 aviões Boeing 737-NG, disse na terça-feira que “por precaução, estamos nos estágios preparatórios para remover as peças apontadas pelo NTSB”, acrescentando que isso não teve impacto em suas operações. A empresa está avaliando quantos de seus aviões foram afetados, disse a pessoa.

A Japan Airlines, que opera 62 aviões Boeing 737-800, disse que nenhum de seus aviões 737 usa as peças afetadas, segundo um porta-voz, e um porta-voz da China Airlines também disse que a empresa não foi afetada.

Um porta-voz da Ryanair, um dos maiores clientes da Boeing, também disse que não houve impacto do problema do componente.

Procuradas no Brasil, Gol e Boeing não puderam comentar o assunto de imediato.

O NTSB também divulgou na segunda-feira que soube que duas operadoras estrangeiras sofreram incidentes semelhantes em 2019 envolvendo atuadores de orientação de rolagem.

O problema é o mais recente revés para a Boeing, que enfrentou uma série de questões de segurança depois que um 737 MAX 9 novo, operado pela Alaska Airlines, perdeu uma porta desativada em pleno voo no início do ano.

Homendy, que conversou com Whitaker sobre o problema na semana passada, disse que estava preocupada com o fato de a FAA “não ter levado essa questão mais a sério até emitirmos nosso relatório de recomendação de segurança urgente”.

A FAA disse que está levando a sério as recomendações do NTSB e que está programada para realizar testes adicionais em simuladores em outubro.

A United disse na semana passada que as peças de controle do leme em questão estavam em uso em apenas nove de suas aeronaves 737 originalmente montadas para outras companhias aéreas e que todos os componentes foram removidos no início deste ano.

Na segunda-feira, o NTSB criticou a Boeing por não ter informado à United que os 737s que ela recebeu estavam equipados com atuadores “mecanicamente conectados ao sistema de controle do leme” e expressou preocupação de que outras empresas aéreas não soubessem de sua presença.

“As tripulações de voo podem não saber o que esperar se o atuador de orientação de rolagem falhar em baixa altitude ou durante o pouso”, disse o NTSB, chamando a falha de “inaceitável”.

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