A confiança das famílias paulistanas em relação à economia está em ascensão, mas a cautela persiste quando se trata de consumo.
É o que apontam as recentes pesquisas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) sobre o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e a Intenção de Consumo das Famílias (ICF).
O ICC de julho deste ano revelou um crescimento de 2,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Apesar dessa melhora, a variação mensal foi de 0,6% em relação a junho de 2024.
Segundo a FecomercioSP, esse avanço na confiança dos consumidores está associado a uma ligeira melhora nas condições de trabalho e de renda.
Em contraste, o ICF, que mede a disposição das famílias para consumir no curto e médio prazo, caiu pelo quinto mês consecutivo, atingindo 106,8 pontos em julho, uma redução em relação aos 107,4 pontos de junho deste ano.
Desde fevereiro, o índice já recuou 7,5 pontos, refletindo uma postura cautelosa em relação aos gastos devido à inflação e à alta do dólar.
ICEA e IEC com perspectivas diferentes
O ICC mostrou que os indicadores de confiança das famílias, como o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e o Índice de Expectativas dos Consumidores (IEC), tiveram comportamentos distintos.
O ICEA subiu 1,1% em julho deste ano e 13,3% em comparação ao ano passado, enquanto o IEC permaneceu estável, com uma leve queda anual de 2,7%.
No que concerne ao recorte de confiança das famílias por renda, aquelas com mais de dez salários mínimos estão mais otimistas, com um aumento de 6,5% no ICC comparado ao ano passado.
Já as famílias com renda inferior a dez salários mínimos mostraram um crescimento mais modesto de 1,2%.
Cautela persistente no consumo
Embora o ICC indique uma melhora na confiança, a intenção de consumo continua a cair, especialmente entre os estratos de menor renda da população, apontou a federação.
A inflação, que aumentou 4,23% nos últimos 12 meses até junho, é um fator significativo para essa retração.
Cinco dos sete indicadores do ICF apresentaram queda em julho, com destaque para a redução de 2,3% no Nível de Consumo Atual e de 1,5% nas Perspectivas de Consumo.
No entanto, algumas variáveis, como o Nível de Consumo Atual e o Momento para Duráveis, mostram crescimento anual, indicando uma leve disposição para o consumo em comparação ao ano passado.
Oportunidades e desafios para o comércio
Para a FecomercioSP, os dados revelam oportunidades para o setor empresarial, especialmente em serviços e consumo de itens não essenciais.
“Contudo, é fundamental ajustar as previsões de vendas frente a esse cenário, marcado por confiança ainda tímida, mas em alta, e intenção de consumo mais comedida”, acrescentou a instituição em nota.
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