A restauração da Igreja de Santos Juanes, em Valência, na Espanha, é liderada por uma dupla formada por, Pilar Roig e Pilar Bosch. Mãe e filha utilizam um método inovador que usa bactérias para limpar o adesivo persistente de afrescos do século 18.
“O processo consiste em cultivar os microrganismos no adesivo, que é a substância que queremos eliminar”, explicou Pilar Bosch, 42, microbiologista da Universidade Politécnica de Valência.
A microbiologista “treina” as bactérias alimentando-as com amostras do adesivo, que era feito de colágeno animal. As bactérias, então, produzem naturalmente enzimas para degradar o adesivo.
A equipe familiar mistura as bactérias com um gel à base de algas naturais e espalha sobre as pinturas, que foram retiradas das paredes na década de 1960 e, em seguida, pregadas de volta, ainda cobertas de adesivo. Após três horas, o gel é removido, revelando as pinturas livres de adesivo.
Bosch também aplicou o uso de bactérias em projetos de restauração em Pisa e Monte Cassino, na Itália, e em Santiago de Compostela, no norte da Espanha. Agora, ela está treinando uma nova “geração” de bactérias para limpar paredes cobertas por grafites feitos com spray.
*Com produção de Horaci Garcia e Silvio Castellanos, da Reuters