A maior siderúrgica do Reino Unido encerrará produção nesta segunda-feira (30), quando o último alto-forno de Port Talbot, no País de Gales, fechará depois de mais de 100 anos de produção de aço.
O fechamento do último alto-forno em Port Talbot, que já foi a maior usina siderúrgica da Europa, é o ponto culminante de décadas de declínio no setor siderúrgico britânico, que tem lutado para competir com as importações de baixo custo.
Mostrando a dimensão do desafio, o grupo de origem indiana Tata Steel registrava prejuízo de 1 milhão de libras por dia antes de iniciar o processo de fechamento das instalações.
A usina controlada pela Tata Steel agora vai passar por um plano de descarbonização de três a quatro anos que inclui a instalação de um forno elétrico que produzirá aço a partir de sucata, um projeto de 1,25 bilhão de libras (US$ 1,68 bilhão) apoiado por 500 milhões de libras de financiamento do governo britânico.
Na região central da Inglaterra, a 320 quilômetros de Port Talbot, a última usina de produção de energia movida a carvão do Reino Unido também deve ser fechada nesta segunda-feira, encerrando mais de 140 anos de atividade.
O sindicato dos trabalhadores do aço, Community, disse em um comunicado que o fechamento do último alto-forno de Port Talbot, é “o fim de uma era” e o chamou de “um dia incrivelmente triste e comovente”.
Outra empresa, a British Steel, de propriedade chinesa, continua a produzir aço bruto em seus dois altos-fornos em Scunthorpe, no norte da Inglaterra, mas também está em negociações com o governo sobre a mudança para um processo de produção mais limpo.
O governo britânico disse que quer investir 2,5 bilhões de libras na indústria siderúrgica e publicará uma estratégia sobre seus planos para impulsionar o setor no próximo ano.
A expectativa é que a mudança para a produção em forno elétrico reduza emissões de carbono do Reino Unido em 1,5%, já que a usina a carvão de Port Talbot é o maior emissor individual de carbono do país.