Mauro Balhessai Mauro Balhessa https://motorshow.com.br/autor/mauro-balhessa/
24/09/2024 – 17:50
Após anunciar que pretendia produzir um carro elétrico, a montadora brasileira Lecar mudou o discurso este ano e o projeto se tornou um modelo híbrido. Agora, o Model 459 está em pré-venda, no entanto ele ainda não começou a ser produzido.
Os interessados podem aderir à lista de espera por meio de um sinal no valor de R$ 1.300,00, que pode ser realizado por meio do site da Lecar, e nos marketplaces Mercado Livre, Amazon, OLX, NetMotors e Webmotors.
Para receber o automóvel, o cliente terá que esperar até agosto de 2026, quando estão previstas as primeiras entregas.
“Disponibilizamos essa lista para termos mais controle sobre a grande demanda que estamos tendo e, sabendo onde estão nossos clientes, poderemos organizar nossa rede de concessionárias de forma assertiva e próxima, antecipando os pedidos de itens de personalização junto aos fornecedores, por exemplo”, destaca o fundador, Flávio Figueiredo Assis, à imprensa.
Quem aderir ganha o quê?
Segundo a Lecar, com a adesão, o interessado pode escolher alguns itens do carro, como cor e configuração de interior. Além disso, a montadora diz que esse grupo poderá participar de “ações especiais”, como mimos e brindes exclusivos, além visitas a fornecedores e até a fábrica da Lecar, no Espírito Santo.
Os primeiros mil consumidores do futuro carro terão uma versão exclusiva “Founder Edition” e receberão uma pasta em couro, produzida pela JBS Couros, na mesma cor dos bancos do seu veículo. Eles também terão garantia do valor do carro na data de adesão à fila, que hoje é de R$ 147.900,00 e um canal exclusivo de informações sobre atualizações de todo o desenvolvimento da marca.
Detalhes
O modelo tem motor elétrico Hepu de 165 cv e um propulsor a combustão 1.0 turbo de 3 cilindros flex (etanol e gasolina) da Horse (joint venture Renault e Geely), com um gerador de energia WEG que recarrega uma bateria da fabricante Winston para alimentar o motor elétrico de tração.
Ele terá tecnologia de assistente de direção semiautônoma da Openpilot nível 2.
Da origem até o projeto híbrido
A companhia foi fundada em 2022 com o capital próprio do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis. O objetivo era desenvolver um carro pensado para o Brasil.
O projeto Lecar 459 (foto destaque) tem como base o etanol. O protótipo começou a ser testado a partir de abril deste ano.
A expectativa inicial era de que chegasse ao mercado em meados de dezembro deste ano, mas o plano será revisto com a mudança do projeto.
“Ao longo do período de desenvolvimento do carro, dos testes feitos e estudos internacionais já publicados, chegamos à conclusão de que o carro híbrido é mais vantajoso para a sociedade do que o elétrico em diversos quesitos, o que nos fez redirecionar nosso posicionamento e os planos para o mercado. A ideia, agora, é que nossa tecnologia híbrida flex a etanol com tração 100% de motor elétrico, proporcione 1mil km com 30 litros de etanol. Temos o primeiro carro elétrico sem tomada do mundo”, enfatiza Assis.
Custo e barreiras para o elétrico
Para a Lecar, o custo da infraestrutura para o mercado de elétricos é uma das maiores barreiras. O preço de um carregador rápido gira em torno de R$ 1 milhão. Apesar da venda de elétricos estar aquecida no Brasil, a rede de recarga não evolui na mesma proporção.
“Estamos muito longe de termos a quantidade de carregadores necessária para popularizar este tipo de veículo em todo o país. Precisaremos de bilhões em investimentos para termos as condições adequadas”, lamenta.
A empresa ressalta que, com isso, por mais que haja uma grande oferta de carros elétricos, comercializar e manter esses modelos não traz um real custo-benefício ao mercado e ao consumidor.
“Temos ótimas alternativas de híbridos atualmente no mercado, mas por preços não tão acessíveis. Por isso, nossa nova missão, a partir de agora, será reverter essa realidade, trazendo modelos híbridos muito mais aderentes à realidade brasileira e que caibam no bolso da população, contribuindo para uma verdadeira revolução inovadora na mobilidade nacional.”
A expectativa, de acordo com Assis, é que toda a produção do primeiro ano da fábrica no Espírito Santo totalizará cerca de 120 mil carros.