O jornal “Folha de S.Paulo” disse, nesta terça-feira (27), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu que Filipe Martins, ex-assessor da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), concedesse uma entrevista para o veículo.
Segundo o jornal, o pedido de entrevista foi feito em 18 de junho e teve a concordância de Martins.
Na justificativa, dada em 22 de agosto, Moraes disse que a entrevista violaria uma das condições colocadas para a soltura de Martins: não haver comunicação com os demais investigados pelo suposto golpe de Estado tramado para não deixar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o Planalto.
“No atual momento das investigações, em virtude da proibição de comunicação com os demais investigados, a realização da entrevista jornalística com o investigado não é conveniente para a investigação criminal, a qual continua em andamento”, disse Moraes, segundo publicação da Folha.
Além de Martins, são investigados no inquérito:
- Jair Bolsonaro;
- Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa do ex-presidente;
- e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
Procurado pela CNN, o advogado de Filipe Martins, Sebastião Coelho da Silva, afirma que o caso é “mais um abuso de poder”. Diz ainda que o ex-assessor “foi preso ilegalmente e tem cerceada a sua liberdade de expressão. Isso é um absurdo”.
A CNN entrou em contato com o gabinete de Moraes e aguarda posicionamento.
Entenda o caso
Em 9 de agosto, o magistrado determinou a soltura de Martins.
Ele estava preso preventivamente havia seis meses por supostamente ter deixado o país no avião presidencial de Bolsonaro que deixou Brasília rumo aos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, antes da posse de Lula, em 1º de janeiro.
Nos últimos meses, a defesa do ex-assessor juntou diversos documentos que apontavam que ele não deixou o Brasil junto com Bolsonaro. Os pedidos de soltura foram seguidamente negados pelo ministro.
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