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O que se sabe sobre o conflito entre Israel e o Hezbollah nesta sexta (4)

Israel continuou sua campanha de bombardeio no sul do Líbano, onde equipes da CNN ouviram explosões nos subúrbios ao sul de Beirute nesta sexta-feira (4).

Dados de um grupo de monitoramento de conflitos mostram que Israel, que está em guerra com o grupo apoiado pelo Irã Hezbollah, está realizando a “campanha aérea mais intensa” fora de Gaza nas últimas duas décadas.

Ao longo de dois dias, em 24 e 25 de setembro, o exército israelense disse que usou 2 mil munições e realizou 3 mil ataques. Em comparação, durante a maior parte da guerra de 20 anos dos EUA no Afeganistão, os EUA realizaram menos de 3 mil ataques por ano, exceto no primeiro ano da invasão, de acordo com dados da Airwars analisados ​​pela CNN.

Confira o que se sabe sobre os acontecimentos desta sexta-feira:

Ataque aéreo israelense na fronteira Líbano-Síria

O ataque, disse um oficial, destruiu a estrada que leva à travessia de Masnaa com a Síria, uma importante ligação de transporte que dezenas de milhares de pessoas usaram para fugir da escalada das hostilidades.

Israel também atingiu a área de travessia de Masnaa em sua última guerra total com o Hezbollah em 2006.

As Forças de Defesa de Israel disseram que atingiram um túnel usado para contrabandear armas para o Líbano, mas o ministro econômico do país disse que a maior parte do contrabando de armas ocorre por “canais ilegais, estradas ilegais” e não pela travessia principal.

Tirar o único ponto de entrada da fronteira terrestre para a Síria deixou o Líbano mais isolado, adicionando “outra camada de desespero” para aqueles que fogem e buscam abrigo, disse Amin Salam à Isa Soares da CNN.

Enquanto isso no Irã

O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, liderou um raro serviço de comemoração para o líder morto do Hezbollah, Hassan Nasrallah, como parte das orações desta sexta-feira (4) em Teerã.

Khamenei disse que o Irã atacará Israel ainda mais, se necessário, após lançar seu maior ataque contra seu adversário regional na terça-feira (1º). Milhares de pessoas se reuniram na Grande Mesquita de Teerã para o serviço de oração, de acordo com a transmissão da mídia estatal IRIB.

Nenhum funeral público ainda para Nasrallah

Uma fonte próxima ao Hezbollah disse à CNN que “nada foi decidido” sobre a hora e o local do enterro de Nasrallah, já que a intensa campanha de bombardeios de Israel atingiu muitos bairros e cidades de maioria xiita no Líbano, não deixando nenhum lugar seguro para realizá-lo.

Retrato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah • 19/09/2024 REUTERS/Aziz Taher

Ataque do Hezbollah

A polícia israelense relatou grandes danos no norte de Israel após um ataque de foguetes do Hezbollah nesta sexta-feira. Vários incêndios ocorreram, mas nenhum ferimento foi relatado.

O Hezbollah disse que tinha como alvo a cidade de Kiryat Shmona e áreas vizinhas com um lançamento de foguetes “em defesa do Líbano e seu povo, e em resposta aos ataques bárbaros israelenses em cidades, vilas e civis”.

Novas ordens de retirada de Israel

Moradores de mais de 30 vilas no sul do Líbano foram solicitados a deixar suas casas e se mudar para o norte nesta sexta-feira. Algumas das vilas listadas na nova ordem foram incluídas em avisos israelenses anteriores.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) notificariam os moradores quando fosse seguro retornar para suas casas, o porta-voz de língua árabe Avichay Adraee escreveu no X. Cerca de 1 milhão de pessoas deslocadas no Líbano buscaram abrigo dos combates.

Mais integrantes do Hezbollah mortos

A IDF disse que matou o chefe da unidade de comunicação do Hezbollah em ataques no sul de Beirute na tarde de quinta-feira (3), no horário local. O Hezbollah ainda não fez nenhum anúncio sobre vítimas.

A IDF diz que matou “aproximadamente 250” combatentes do Hezbollah desde o lançamento de sua ofensiva terrestre no sul do Líbano no início desta semana.

Assistência médica “sob ataque”

Dezenas de profissionais médicos foram mortos durante um período de 24 horas de bombardeio israelense no Líbano, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na quinta-feira (3).

Pelo menos 37 unidades de saúde fecharam no sul do Líbano e vários hospitais de Beirute retiraram funcionários e pacientes, com profissionais de saúde e humanitários lutando para fornecer atendimento com suprimentos limitados.

“A assistência médica continua sendo atacada”, disse Ghebreyesus em um briefing em Genebra.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.

No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.

Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

O que se sabe sobre o ataque do Irã contra Israel

 

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