Mauro Balhessai Mauro Balhessa https://motorshow.com.br/autor/mauro-balhessa/
26/07/2024 – 14:50
Ao entrar no Capital Moto Week, evento de moto e rock que acontece em Brasília de 18 a 27 de julho, é possível ver milhares de bandeiras de motoclube, mas uma chamou atenção por ter uma cruz, várias cidades e ocupar um espaço significativo: AMM Brasil – Ministério Motociclístico.
Dos 1.800 grupos de motos do Brasil e do mundo que passam pelo evento, esse é um dos motoclubes cristãos que vão à cidade da moto todos os anos.
Ao entrar no galpão havia dezenas de cadeiras e um palco, no formato que simulava uma igreja.
O pessoal do AMM me convidou para sentar e acompanhar um culto, junto com alguns membros e motociclistas que estavam no local.
Comecei ouvir a palavra do pastor Adriel Sales, 51. Ao longo da celebração, ele fazia metáforas da bíblia com a moto.
“Ainda que sua moto caia você sairá ileso. Temos um Deus que é mais poderoso que tudo.”
Para finalizar, nos levantamos para uma oração. Depois, foi servido frutas, pães e frios.
Além dos cultos, o AMM Brasil também promove batismos e orações reservadas no galpão. É possível observar algumas barracas para dormir. Eles participam do evento há dez anos.
Vieira Jr., 52, presidente nacional do AMM Brasil, afirma que os pastores têm essa facilidade em falar com o público de moto.
“Eles pegam uma mensagem da bíblia e trazem para a realidade do motociclista. Mudando um objeto para uma moto, ou um capacete.”
Origem
O presidente explicou que a origem do motoclube cristão partiu de pessoas que gostavam de moto, mas que naquele momento não eram enxergados com “bons olhos” pela igreja. Isso começou há 14 anos atrás no Brasil.
Grupos de motociclistas da Igreja Adventista do Sétimo Dia de todo o país começaram a se reunir e formar um braço da igreja, que se tornou um departamento, ou como eles mesmos denominam, ministério.
O “A” de AMM Brasil é justamente o nome da igreja que apoia o ministério (Adventista). Atualmente são 3 mil membros ativos, presentes em 150 cidades de 25 estados brasileiros.
“A igreja Adventista é muito tradicional. Quando a gente começou, a igreja não aceitava a gente. Esses caras de preto, boné na cabeça, curte banda, não dá. Hoje a igreja chama a gente para fazer os eventos. Eles viram quanto deu aderência e quanto o público gosta.”
Depois disso, muitos “irmãos” e pastores até compraram motos e começaram a desbravar o mundo de duas rodas, relata.
O grupo construiu algumas igrejas no Norte e Nordeste. Os locais são um pouco diferentes das igrejas convencionais e adotam o uso da cor preta, por exemplo.
O jornalista foi ao Capital Moto Week a convite da organização do evento*