O Ministério da Justiça alerta para os perigos que as redes sociais sem supervisão apresentam às crianças e adolescentes. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou um inquérito, neste domingo (13), para investigar a morte de Sarah Raissa Pereira, de 8 anos, que participou do “desafio do desodorante”, que começou a circular nas redes sociais.
Em entrevista à CNN, a secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, Lilian Melo, afirmou que os responsáveis devem acompanhar de perto o conteúdo consumido pelos filhos.
“A dica principal é que, principalmente nessa questão de acesso a dispositivos digitais, que exista uma conscientização e que os pais, os responsáveis, se perguntem ‘esse é um espaço em que eu me sinto seguro para deixar a minha criança sozinha?’. E assim tentar compreender cada vez mais esses espaços, tentar ficar um pouco junto para ver quem que está ali conversando com seu filho, com a sua filha. Entender um pouco mais os riscos e quando perceber que há de fato riscos, tentar limitar o máximo possível esse uso do dispositivo”, pontuou a secretária.
Lilian destaca, ainda, que a própria lei que proíbe o uso de celulares nas escolas é uma discussão que surge de um “diagnóstico geral, de uma percepção dos educadores e das famílias”.
“Também é uma questão de um desenvolvimento, de uma expertise técnica. Estou conversando com psicólogos e pediatras. Hoje já existe um consenso do impacto na saúde mental das crianças de um aumento da ansiedade, de outros transtornos mentais que estão muito relacionados a esse acesso, a essa hiper digitalização, essa hiperconexão dessas gerações mais novas”, disse a secretária.
Crianças vítimas de desafios das redes
De acordo com dados do Instituto DimiCuida, entre 2014 e 2025, pelo menos 56 crianças, com idades de 7 a 18 anos, morreram em desafios compartilhados nas redes sociais. A instituição se baseia em casos noticiados na imprensa ou em relatos de familiares que procuram organizações da sociedade civil que apuram este tema.