A TikTok Shop — que permite que usuários vendam produtos na plataforma — deve chegar ao Brasil em abril, somente um mês após o lançamento no México.
A entrada de um novo player deve mexer com o e-commerce brasileiro, e alguns bancos já estão analisando empresas que estão mais e menos ameaçadas pelo novo cenário.
Relatórios do Santander e do Itaú mostram que a funcionalidade deve operar no próximo mês, com base em uma notícia do site chinês DSB.
A CNN entrou em contato com o TikTok, mas não confirmaram a data de lançamento da ferramenta.
Segundo relatório do Santander divulgado nesta segunda-feira (10), o lançamento da TikTok no mercado mexicano revelou uma abertura para parcerias com empresas estabelecidas, incentivos agressivos aos vendedores e uma adoção maior nas categorias de beleza, moda e casa.
Diante disso, o banco avalia que a chegada da nova ferramenta “pode representar uma oportunidade significativa para as empresas locais, especialmente em segmentos com altos níveis de engajamento na plataforma, como Beleza e Cuidados Pessoais, Moda/Aparelhos, Produtos Relacionados à Saúde e Eletrônicos”.
Com isso, algumas marcas foram apontadas pelo banco como mais preparadas para a chegada da TikTok Shop em solo brasileiro:
- C&A;
- Magazine Luiza;
- Mercado Livre;
- Natura;
- Renner.
Porém, mesmo com a experiência positiva dos mexicanos e a possibilidade de novos negócios, o Santander sinaliza a urgência dos varejistas brasileiros desenvolverem estratégias específicas para a plataforma.
Segundo o relatório, as menos preparadas são:
- Azzas 2154 (fusão da Arezzo&Co e Grupo Soma);
- Guararapes (Riachuelo);
- Grupo SBF;
- Vulcabras.
O banco ainda projeta que a plataforma deve iniciar os primeiros 90 dias no Brasil com alguns benefícios, a exemplo de dias sem comissões, frete grátis e uma proibição total de joias, produtos alimentícios e itens usados.
O Santander já havia calculado em fevereiro deste ano que a TikTok Shop pode capturar de 5% a 9% de todo o e-commerce brasileiro dentro de três anos após o lançamento e se tornar o mais novo concorrente do comércio eletrônico.
Isso se deve ao potencial brasileiro, consolidado como o terceiro maior mercado na plataforma. São 111 milhões de usuários brasileiros no TikTok, atrás apenas da Indonésia e dos EUA.
- 1º Indonésia: 161,1 milhões de usuários;
- 2º EUA: 137,9 milhões de usuários;
- 3º Brasil: 111,3 milhões de usuários;
- 4º México: 81,1 milhões de usuários;
- 5º Vietnã: 69,2 milhões de usuários.
Em relatório, o Itaú também destacou o potencial da expansão do TikTok Shop, avaliando o seu impacto em outros mercados.
Em 2024, a plataforma gerou US$ 9 bilhões em vendas nos EUA, além de US$ 6,2 bilhões na Indonésia e US$ 5,7 bilhões na Tailândia.
Com isso, o banco calculou que a chegada da nova ferramenta do TikTok pode chegar a impulsionar as vendas do comércio eletrônico em até R$ 3 bilhões.
A avaliação do Itaú é que, considerando a experiência norte-americana, a TikTok Shop tem tido dificuldades para integrar marcas grandes e estabelecidas.
“Em vez disso, os vendedores mais bem-sucedidos foram marcas de nicho que se adaptaram bem à abordagem de vendas exclusiva da plataforma, orientada por conteúdo, ou se tornaram virais logo no início”, disse o banco.
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