Cassandre Beaugrand, da França, ganhou medalha de ouro no triatlo feminino da Olimpíada de Paris nesta quarta-feira (31), aplaudida por uma multidão encantada, depois que a aposta dos anfitriões em realizar a etapa de natação da prova no rio Sena valeu a pena após dias de incerteza.
O triatlo, uma peça central dos Jogos de Paris, começou e terminou na ponte Alexandre III, no coração da capital francesa, levando os atletas por uma parte da Champs-Élysées e passando por outros marcos parisienses, incluindo o Musee d’Orsay.
O triatlo masculino foi vencido pelo britânico Alex Yee e ocorreu na sequência da prova feminina depois de ser adiado na terça-feira (30) porque o rio não havia passado nos testes de qualidade da água.
As mulheres começaram a competição às 8h no horário local, quando a chuva da noite estava diminuindo, e o triatlo ofereceu vistas espetaculares enquanto elas nadavam no Sena antes de competirem em suas bicicletas e correrem pelo centro de Paris.
Algumas atletas caíram das bicicletas depois de escorregarem nos paralelepípedos molhados da Champs-Élyséees.
A número um do mundo Beaugrand se distanciou na última volta da etapa de corrida e foi impulsionada até a linha de chegada pelos aplausos da multidão nas ruas. Julie Derron, da Suíça, ficou com a prata e Beth Potter, do Reino Unido, com o bronze.
A realização do triatlo foi um alívio para as equipes e atletas, bem como para as autoridades de Paris, que prometeram aos moradores um Sena nadável como legado dos Jogos a longo prazo.
“Conseguimos em quatro anos o que era impossível há um século: o Sena pode ser nadado”, afirmou o presidente Emmanuel Macron após a competição.
A aposta de que o rio estaria limpo o suficiente para o triatlo nunca foi garantida, pois a qualidade da água varia muito a cada dia, com as chuvas causando o aumento das concentrações de bactérias causadoras de infecções, como a E. coli.
“Não tenho dúvidas sobre a qualidade do Sena, já nadamos em águas piores”, disse Beaugrand após sua vitória, acrescentando que desistir da natação e realizar um duatlo — o último recurso dos organizadores se o rio estivesse muito sujo — teria sido “vergonhoso” para o esporte.
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