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Uso de inteligência artificial reduz trânsito em SP e RJ

Os motoristas que costumavam enfrentar congestionamentos nos horários de pico ao passar pelo bairro Barão Geraldo, em Campinas, São Paulo, devido aos semáforos no cruzamento, agora têm percebido uma melhora no fluxo de veículos. Nos últimos tempos, as filas que antes eram comuns tornaram-se menos frequentes.

Essa redução no tempo de espera dos motoristas é resultado de uma parceria entre a prefeitura da cidade e o Google para implementar o projeto Green Light. A ferramenta de inteligência artificial utiliza as informações do Google Maps, aplicativo que monitora o trânsito em tempo real, para identificar os semáforos que estão causando congestionamento.

A análise realizada pela IA é repassada para os engenheiros do Google, que, a partir disso, sugerem ajustes no tempo de abertura e fechamento dos semáforos, de acordo com o fluxo de tráfego de veículos.

A medida foi implementada há pouco tempo em Campinas e, segundo a diretora de projetos estratégicos e cidades inteligentes do município, Thais Costa, a redução do tempo de espera dos motoristas já foi perceptível.

Segundo a diretora, os cruzamentos na região da Barão Geraldo registraram uma redução de 24% nas paradas.

“A gente vê que, nesses locais onde eles sugeriram modificações, o aplicativo Waze, em determinado horário, antes ficava amarelo, ficava vermelho [mostrando trânsito intenso e parado]. Hoje, você vê que o trânsito está fluindo. Então, de vez em quando, o aplicativo chega a ficar naquele nível amarelo, mas, na maioria das vezes, está verde”, conta Costa.

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de reduzir a emissão global de gás carbônico. Segundo o Google, a emissão de CO2 em cruzamentos urbanos pode ser até 29 vezes maior do que em rodovias. Isso ocorre porque, nos cruzamentos, a constante desaceleração e aceleração dos veículos resulta em uma liberação mais intensa de gases poluentes.

No entanto, também foi observado pela empresa que, além de diminuir a emissão de CO2, o projeto também é capaz de reduzir o congestionamento de veículos nos cruzamentos das cidades. A Head de Parcerias do Google para América Latina, Luciana Cordeiro, informou que a tecnologia é capaz de reduzir as paradas de veículos em até 30%.

“O objetivo do Green Light não é reduzir o tempo de deslocamento dos veículos. Ele tem como objetivo a redução de emissão de CO2. Mas claro que, quando a gente consegue desenhar processos em que a gente está diminuindo o ‘anda e para’ dos carros, uma consequência é uma potencial melhoria no trânsito de maneira geral”, explicou Cordeiro.

Green Light

O projeto Green Light é um projeto de pesquisa idealizado pela equipe do Google. Com o auxílio da inteligência artificial, o projeto busca otimizar o fluxo de tráfego urbano e reduzir os tempos de espera nos semáforos.

A ideia do projeto é melhorar a coordenação dos semáforos ao longo de uma rota ou em uma determinada área da cidade, sincronizando os sinais de trânsito para que os motoristas encontrem mais semáforos verdes ao longo de seu trajeto.

A iniciativa já está presente em mais de 70 cruzamentos em 14 cidades distribuídas por todo o mundo. Entre elas, está o Rio de Janeiro, a primeira cidade na América Latina a participar do Green Light.

Na cidade do Rio de Janeiro, os resultados do projeto têm sido positivos. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), a iniciativa foi aplicada em 28 cruzamentos, resultando em uma redução média de mais de 22% no tempo de espera dos motoristas.

De acordo com a CET-Rio, o cruzamento com os melhores resultados foi o da Estrada do Cabuçu com a Rua Mora, onde a fluidez do trânsito melhorou em 71%. A companhia também informou que pretende expandir o projeto Green Light para mais quatro cruzamentos na cidade.

Segundo a Head de Parcerias do Google para América Latina, o objetivo da empresa é conseguir expandir essa iniciativa para outras cidades.

“Tornamos o tráfego mais estável, reduzindo o constante ‘anda e para’, que é justamente o momento de maior emissão de CO2. Com isso, as emissões nos cruzamentos caem em mais de 10%. Estamos falando de uma economia de combustível, além de uma redução nas emissões”, complementou Cordeiro.

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